QUER VIVER MAIS?
ARRANJE UM
CÃO!
Além dos benefícios mais óbvios de ter um cão,
como o companheirismo e o exercício físico, ter um cão pode mesmo salvar a sua
vida, diz a ciência.
Ter
um cão está associado a uma redução dos riscos de doenças
cardiovasculares e morte, conta-nos um novo estudo sueco que vem provar que
ter um cão faz mesmo bem.
Faz bem principalmente àqueles que vivem sozinhos, reporta o
estudo. Viver só com o seu cão pode reduzir o risco de morte em
33%, e o risco de morte associado a problemas cardiovasculares em 36%; em
comparação com quem vive sozinho e sem animais de estimação. O risco de
ataque cardíaco reduz-se também em 11%.
Se
vive acompanhado, ter um cão também é benéfico, embora não tanto. O risco
de morte nestes indivíduos reduziu em 11%, e o risco de morte associado a
problemas de coração reduziu 15%. No entanto, o risco de ataques cardíacos
manteve-se.
"Uma
descoberta muito interessante no nosso estudo foi a de que ter um cão era um
fator de proteção especialmente proeminente em pessoas que vivem sozinhas,
que é um grupo já previamente associado a ter maiores riscos de doenças
cardiovasculares e de morte do que aqueles que vivem em casa com outras
pessoas", comenta Mwenya Mubanga,
autora do estudo da Universidade de Uppsala.
Qualquer cão consegue fornecer
estes benefícios aos donos, mas são os donos de raças de caça -
terriers, retrievers e hounds – quem mais beneficia desta
proteção, indica o estudo.
O
estudo foi feito na Suécia, onde todas as idas ao hospital que
as pessoas realizam ficam armazenadas numa base de dados
e disponíveis para consulta. Desde 2001 que o registo de animais de
estimação é também obrigatório por lei.
Durante 12
anos, os investigadores cruzaram e analisaram os dados de mais de 3.4
milhões de indivíduos entre os 40 e os 80 anos, sem registos de
doenças cardiovasculares anteriores a 2001, na tentativa de perceber se
ser dono de um cão influenciaria no diagnóstico de doenças
cardiovasculares ou na morte por qualquer causa.
Mas
afinal, como se explicam os resultados obtidos? A resposta
não é evidente para os investigadores.
"Este
tipo de estudos epidemiológicos procura associações em grandes
populações, mas não dá respostas [concretas] a como
os cães nos podem proteger contra
doenças cardíacas", explica Tove Fall, coautor do
estudo e professor na Universidade de Uppsala.
"Talvez
o cão se posicione no lugar de um familiar importante na casa da
pessoa solteira", propõe Mubanga. Ao estar sozinho com
o cão, o individuo é o único a interagir com ele, o que pode contribuir para
uma maior proteção contra doenças do coração e a morte.
"Sabemos
que os donos de cães têm um maior nível de atividade física no geral,
o que poderia ser uma explicação para os resultados observados",
propõe por sua vez Fall.
"Outras explicações
incluem o aumento do bem-estar e dos contatos sociais, ou os efeitos do
cão no microbioma bacterial do dono", acrescenta.
A
teoria é partilhada por Rachel Bond, especialista em doenças cardíacas
do Lenox Hill Hospital, em Nova Iorque. Ter um cão "pode
encorajar os donos a melhorar a sua vida social, o que só por si vai reduzir o
seu nível de estresse, que sabemos com certeza ser uma causa primária de doenças
cardiovasculares",diz à CNN.
No
entanto, Bond questiona os resultados do estudo.
"É difícil dizer se existe mesmo um efeito causal. Este
estudo em particular excluiu os pacientes com problemas cardíacos em geral, e nós
sabemos que as pessoas deficientes têm menos probabilidade de arranjar um
cão".
E
assim, Bond coloca a questão: será que ter um cão leva a
uma melhor saúde do coração, ou será que ter um cão é
apenas uma prática comum às pessoas com boa saúde
cardiovascular?
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